Em 2023, o Brasil quebrou mais um recorde na série histórica de importação de artigos de bambu, segundo dados apurados da SECEX/Ministério da Fazenda. Praticamente toda a importação de hashi de bambu é de origem chinesa e aumentou em 37% em comparação a 2022. Essas importações, concentradas nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Alagoas, representam 85% das compras.
Em uma análise de mercado, o Centro Brasileiro de Inovação e Sustentabilidade (CEBIS) considera que os dados da importação de hashi de bambu podem ser vistos como uma oportunidade para o empreendedorismo e novos negócios, pois movimentaram mais de 14 milhões de reais em importações em 2023, com cálculo feito à cotação do dólar de 4,88 reais. Se adicionarmos o frete, o seguro, os impostos incidentes, entre outros custos de importação, o valor pode chegar a 28 milhões de reais.
Na culinária oriental, o uso do hashi, também conhecido como pauzinhos chineses, é obrigatório. Este utensílio, que não sai das mesas de jantar dos mais tradicionais, é tão importante que tem seu próprio conjunto de etiquetas. O hashi é um par de hastes finas e iguais, tradicionalmente feitas de bambu, madeira ou metal, utilizadas como talheres em diversas culturas asiáticas. É comum em pratos como sushi, sashimi, yakisoba e diversas outras iguarias da culinária asiática.
Utilizado para pegar alimentos, o uso do hashi é bastante antigo. Essa tradição milenar começou na China durante a dinastia Shang, entre 1766 e 1122 a.C. Originalmente, ele era utilizado para cozinhar e só passou a ser usado como talher em 400 d.C. No Japão, o hashi era usado em cerimônias tradicionais e só depois chegou às residências mais simples. Além da aparência única, o utensílio se destaca por ser muito higiênico: em 1878, no Japão, foram criados os primeiros hashis descartáveis, que até hoje são feitos de bambu ou madeira, podendo ser descartados ao fim do uso.
O hashi feito de bambu apresenta diferenças significativas em comparação com hashis feitos de outros materiais, como madeira, plástico ou metal. Primeiramente, o bambu é um material leve, resistente e sustentável, ideal para a produção de hashis. Sua textura naturalmente áspera proporciona melhor aderência, facilitando o manuseio dos alimentos, especialmente para quem não está acostumado a usar hashis. Além disso, os hashis de bambu são descartáveis, sendo uma escolha higiênica para restaurantes e eventos. Em contrapartida, hashis de madeira ou metal podem ser mais duráveis e esteticamente variados, mas requerem mais cuidados na limpeza e manutenção. Os de metal, por exemplo, são mais pesados e escorregadios, enquanto os de madeira podem absorver odores e sabores se não forem bem cuidados.